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sábado, 24 de novembro de 2012

O jogo das "matrículas"...


Quem é que, em criança, nunca brincou ao jogo das matrículas? Não. Não me estou a referir aos tempos de escola, em que, no principio do ano lectivo, tínhamos de nos deslocar até àquele antro de terror, que é normalmente apelidado de "Escola", juntamente com o nosso Encarregado de Educação, para, lá está - matricularmo-nos no próximo ano lectivo. Estou mesmo a referir-me ao jogo de matrículas que era jogado na rua com os nossos amigos. O jogo consista em contar o número de carros que iam passando, com as mesmas letras na matrícula. Confesso, o jogo era demasiado aborrecido, até que surgiu o jogo, de associar as iniciais das matrículas a conjunto de palavras. Aí, a história mudava de figura, e o jogo tornava-se muito mais engraçado. De acordo com a mente criativa de cada um, ia surgindo algumas "expressões" engraçadas. Por vezes, até algo cruéis...

Hoje em dia, quando vou a conduzir, talvez devido a muita jogatana de matrículas praticada em criança, tenho o vicio de ir jogando ao jogo de matrículas, mas desta vez sozinho. É mais forte do que eu, e torna-se impossível de resistir, porque, confessemos, existe com cada matrícula com as iniciais mais provocadoras, que se torna impossível não jogar ao raça do jogo.

Este jogo é, de facto, muito infantil. Mas por exemplo, se tivermos de fazer uma viagem grande de carro, em que por vezes, o que vai passando na rádio, tem a capacidade quase provocativa de nos aborrecer ainda mais do que a própria viagem em si, este jogo de matrículas torna-se num bom companheiro de viagem. Só que, claro, pode originar em várias figuras de parvo. Ir no carro, sozinho, a rir-me à toa sem qualquer razão aparente é, de facto, uma figura de parvo garantida. De qualquer forma, continuo a reforçar a ideia parva, ou não, de este jogo das matrículas, ser uma bela de uma companhia para uma viagem de carro. Além de que, vai mantendo os nossos sentidos bem apurados, para que continuemos bem acordados. Nem que seja, pela forte dor que se pode ir formando na zona maxilar, de tanto rir...

Achei por bem, elaborar uma pequena lista, com algumas matrículas, e o que as iniciais me fazem lembrar. Não são muitas, até para não provocar dores fortes na zona do maxilar, a quem ler este texto. Continuo a afirmar que isto é um jogo um tanto ou quanto, recheado de uma enorme dose de infantilidade, mas enfim, há sempre uma criança dentro de nós... Aqui vai a lista:

11-ZE-12 - Ao ver uma matrícula assim, apenas me pode sair a expressão: "Oh Zé", és mesmo "Zé"..."

14-ET-87 - Bom, qualquer pessoa, ao ver esta matrícula, lembra-se logo da frase: "A conduzir assim, só podias mesmo ser um Extraterrestre!"

34-CU-65 - Eu nunca compraria um carro com esta matrícula. A expressão seria: "Ó meu GRANDE CARA DE CÚ!"

65-XE-98 - Certamente, a pessoa que tem um carro com esta matrícula, é uma pessoa de raça negra que ouve música em "crioulo", e passa a vida a aplicar a expressão: "XÉ, COMÉ?"

09-AH-45 - Um condutor que se deixa surpreender com tudo: "Ahhhh... que giro!"

90-XO-12 - A matrícula perfeita para um condutor que passa a vida a "Enxotar", da estrada, os outros condutores: "XÓ! Sai-me da frente, pá!"

78-CR-62 - Aqui todos pensam que se trata de Cristiano Ronaldo, mas eu não. A mim, surge-me: "Carro Roubado!" (Sim, ficaria melhor aplicar a esta matrícula: "Cristiano Ronaldo", mas eu sou assim, não há nada a fazer...).

Existe toda uma panóplia de matrículas que eu podia incluir nesta lista, mas como anteriormente expliquei neste texto, não quero deixar as pessoas com dores no maxilar. Não de rir, mas sim, da seguinte expressão aplicada a altos berros: "PORRA, MAS QUE RAIO DE  ESTUPIDEZ É ESTA? ISTO HÁ COM UM..."  E pronto, é isto.

sábado, 17 de novembro de 2012

A sala de espera de uma clinica dentária…

Quantas vezes, durante a nossa vida, nos interrogamos sobre mais uma ida ao Dentista. Ir ao Dentista, é o mesmo que dizer: «Ena! Está na altura de ir para aquela sala de tortura!» E não é que se trata mesmo disso? De uma sala de tortura! Tudo piora, quando nos vem à ideia o raio da broca a trabalhar, dentro da nossa boca. Aquele barulho… do raio da broca… a furar… É coisa para nos levar a inventar mil e uma desculpas para impedir a deslocação a uma clinica dentária. Mas chega uma altura em que se torna impossível adiar mais o que é óbvio: ter de ir tratar da dentição. E lá vamos, contrariados, receosos, e nada ansiosos por ouvir aquela broca… raios parta aquela broca… 

A típica sala de um dentista, com a famosa cadeira de dentista, um manancial de brocas e ferramentas de terror, faz lembrar um filme de terror! Sim, acredito que uma enorme quantidade de realizadores de filmes de terror, tiveram a sua inspiração, certamente reforçada em idas a dentistas. Imagino, um realizador de filmes de terror, sentado na cadeira do dentista, com a boca aberta e com um bloco de notas na mão a apontar tudo o que lhe vai surgindo, ao mesmo tempo que o raça da broca lhe vai desbastando um dente: «Ora, sim. O homem chega a casa, depois de um cansativo dia de trabalho, senta-se no sofá e ouve um barulho vindo da janela. De repente, surge-lhe um homem com uma bata branca, máscara na boca e com uma broca de dentista, tentando vazar-lhe uma vista. Sim, é coisa para resultar num bom filme de terror…» 

Para além de termos de sofrer pelo menos uma boa de uma meia-hora sentados naquela cadeira desconfortável, de boca aberta, enquanto o Dentista se diverte com a sua broca no interior da nossa boca, existe mais uns momentos de pré-sofrimento. Um desses momentos é: quando estamos na sala de espera - lá está, à espera que chegue a nossa vez -, e estamos ali, a ouvir o barulho da broca a trabalhar, vindo da sala de dentista, sabendo que, mais minuto, menos minuto, teremos de expor a nossa boca àquela broca horrífica! Por mais que queiramos nos abster daquele barulho, torna-se praticamente impossível. Por vezes, pensamos: «Ora, deixa-me lá ler aqui uma bela de uma revista, para ver se me distraio...» Mas acaba por acontecer exactamente o contrário! Porque, nas clinicas dentárias, essencialmente, as revistas que lá estão para ler, são quase todas sobre o quê? Isso mesmo! Sobre dentistas, ou dentes, ou mesmo clinicas dentárias… Para não falar no facto, de vermos os pacientes, a sair da sala de dentista completamente assustados e com uma enorme dificuldade em falar…  

Ou seja, para além de aquela malfadada sala de dentista, ser de facto, uma sala de puro horror e massacre, a sala de espera não lhe fica nada atrás! Imagino que ao fim do dia, os médicos e todos os funcionários das clinicas, se reunam, comendo e bebendo e rindo das imagens dos pacientes nas salas de espera. «Olha a cara daquele! Ah Ah! Até treme! É o rir isto! As pessoas são cá uma cambada de maricas…» E nós sem saber disto! Por isso, a melhor atitude a tomar, numa sala de espera por parte de um paciente, será: NUNCA demonstrar fragilidade psicológica. Depois de sair da clinica, aí sim, pode desatar a chorar…      

Tomai atenção a isto, caro leitor… 

terça-feira, 6 de novembro de 2012

O Bater de porta...

Posso considerar-me uma pessoa, que está sempre pronta a ajudar um amigo, quando este precisa. E de facto, isso já aconteceu várias vezes. Talvez, devido à condição de "crise" que este país atravessa. Mas, existem certas situações que me levam a repensar, essa minha forma de ser. E, trata-se de facto, de uma dessas situações, que quero abordar neste texto. E vamos então ao que realmente interessa.

Eu tenho um automóvel. E o leitor pensa: "Uau. Ele tem um carro! Que maravilha! E agora, o que raio quer ele? Uma salva de palmas?" Calma, senhor leitor. Por favor, deixai-me continuar o meu raciocínio, sim? Obrigado. Continuando... Um automóvel que me custou imenso a pagar. Por isso, acho que tenho o  dever pessoal, de o estimar o máximo que puder. Todos sabemos que a vida está muito complicada e, se não soubermos estimar o que temos, estamos bem tramadinhos...

Por vezes, costumo oferecer boleias a colegas de trabalho, ou/e, de vez em quando, a amigos. Não quero queixar-me disso, porque até o faço com muito gosto. Assim, vou falando e mantendo-me a par dos problemas dos meus amigos e colegas. "Ena. Que grande cusco!" - Pensa o leitor. Mais uma vez, calma, senhor leitor. Não se antecipe! Deixai-me explicar. Bom... Apenas o faço, porque nunca se sabe quando eles vão precisar da minha ajuda e vice-versa. Mas existe algo que me tem - de certa forma - intrigado, levando-me a repensar a acção de facultar uma boleia a um colega. Esse "algo", trata-se do facto de certos colegas - ou mesmo certos amigos -, quando saem do carro depois da boleia oferecida por mim, ao fechar a porta do carro, literalmente, fecham-na com tanta força, que parece que estão revoltados comigo. Parece que lhe fiz algum mal, quando de facto, se trata exactamente do contrário. Eu acabei de lhes dar uma boleia! É assim que eles retribuem a minha boa vontade? Tratando mal o meu precioso - carro? 

Parece-me que vou ter de impor algumas regras, antes de dar boleia a alguém. Ou melhor, vou ter de optar por facultar à pessoa - que vai usufruir da minha boleia -, uma declaração, onde essa pessoa me concede todo o direito de lhe estampar uma bela de uma chapada na cara, quando ela decidir fechar a porta do meu carro com tanta violência. Depois quero ver, quem é que depois de levar um belo de um selo no "focinho", volta a fechar a porta com tanta violência. Se o meu carro falasse, certamente já teria "mandado" um ou outro colega meu para o car......! E era bem merecido! Mas não será de todo, má ideia, adoptar a ideia da "Estampagem de uma chapada na cara"! Até parece que já estou a ver, como seria a situação:

Eu: "E pronto, Antunes. Chegámos."
Antunes: "Sim. Está bom aqui. O resto vou a pé."
Eu: "Tu é que sabes, Antunes."
Antunes: "Então, até amanhã." (E ZÁS! Fecha a porta com toda a força, estremecendo o carro todo!)
Eu: "Ó Antunes, espera aí." (Saio eu, do carro e vou direito ao Antunes, espetando-lhe um banano bem espetado, na cara!)
Antunes: "Porra! Para é que foi isso, pá?"
Eu: "Lembraste da declaração que assinaste antes da boleia?"
Antunes: "Sim, pá"
Eu: "Apenas cumpri com o estipulado na declaração!"
Antunes: "Porra! Olha amanhã, eu levo a bicicleta para o trabalho. Não é necessário dares-me boleia, ok?"
Eu: "Tudo bem, Antunes. Tu é que sabes..."
Antunes: "Até amanhã!"
Eu: "Até amanhã."

É capaz de ser boa ideia, sim. Além de que, serve igualmente como uma libertação de stress enorme. Tenho a certeza, que depois de alguns amigos/colegas meus lerem este texto, nunca mais me vão pedir boleia. Na boa, malta. Basta apenas cumprirem com o que diz a declaração previamente assinada por vós e tudo correrá bem...